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A Primeira Boca que eu Beijei...

Fecho os olhos..volto a ter 22 anos, sim porque o meu primeiro beijo foi com 22 anos, mas eu com aquela idade ainda era uma adolescente cheia de sonhos, cheia de medos, cheia de vergonhas e inseguranças. Eu com 22 anos em vez de ser e de sentir-me uma mulher adulta, com objetivos fixos, sentia-me como uma menina que tinha visto o mar pela primeira vez...


Gosto de recordar, gosto de voltar ao passado no presente, não para ficar por lá, mas para reviver certos momentos mais uma vez. Não há mal nenhum em voltar atrás em pensamento, até porque reviver mentalmente coisas boas só nos poderá libertar para viver o presente e o futuro com mais intensidade...e é sempre bom voltarmos aos lugares onde fomos felizes...


1 Beijo

O meu coração batia acelerado, descompassado, as minhas bochechas ardiam como se estivesse em torno de uma fogueira de São Pedro, bem realmente era dia dele..29 Junho de 2005, a madrugada já ia alta, quando «ele» chegou perto de mim, puxou-me para ele, aproximou a sua boca da minha boca, e eu num misto de curiosidade, vontade, incerteza, medo e riso muito riso, fechei os olhos e deixe-me ir...Mas...Ups...Os nervos só me faziam rir...Primeira tentativa falhada..eu ria e pensava «Bem, ele vai achar que estou a gozar com ele, ok acalma-te Margarida».


Segunda tentativa, ele vinha novamente com sua boca em direção aos meus lábios, ele dizia tem calma, tem calma, mas eu sentia o coração como se estivesse acabado de fazer a maratona! Ele recoava, isto definitivamente não estava a dar!


Terceita tentativa, eu já estava a pensar que ele se ia embora e que o meu primeiro beijo ia ficar adiado por mais uns bons anos, sim porque eu já podia ter dado antes, mas nunca senti desejo como estava a sentir naquele momento, e por isso não o ia querer perder ou adiar. Ele agarra-me pela cintura, puxa o meu peito contra o dele, eu não tinha como escapar, bem mas eu também não queria escapar pois não? Senti-me aconchegada, protegida, tentei desligar a mente fechei os olhos, controlei o riso e entreguei-me ao que sentia. Finalmente depois de duas tentativas falhadas à terceira foi de vez...


Mas claro, claro que isto não podia ser assim tão fácil, e a lua era testemunha, aliás a lua e não só, tinha uma amiga comigo que assistiu a tudo de camarote, as gargalhadas que nós damos quando nos lembramos disto, eu costumo dizer que São Pedro abriu-me a porta do céu...

Senti borbolhetas no estômago, senti-me a flutuar, senti o coração a acalmar, parecia que o abraço forte dele era o analgésico que o meu corpo precisava para deixar de tremer. Resultou...seguiram-se mais beijos, mais abraços, e eu pensava «Bem afinal a boca não serve só para comer»! A língua não fazia aquele impressão que eu imaginava que faria, afinal de contas eu não gosto de língua de porco de língua de vaca, mas eu gostava da lingua do meu «príncipe» curioso não é?


A minha mente limitou-me durante muitos anos a acreditar e a pensar que era nojento beijar na boca, a minha cabeça criava fantasmas do pensamento que só existiam dentro do meu cérebro e por mais que as amigas me dissessem que era bom beijar, gostar de alguém, eu não queria, eu encantava-me por amores platónicos, por amores que se vivem somente através do olhar e porquê? Porque lá é tudo perfeito, não existia a vergonha, o medo, as dúvidas, o tremer do corpo, a ansiedade, o medo da rejeição, mas lá nesses amores platónicos, também não havia vida, a intensidade, a paixão, o romance, o amor.



Aos 22 anos com o meu primeiro beijo aprendi que beijar é muito bom que a vida é para ser vivida intensamente...O «príncipe» já se foi...mas fica a memória de algo que basta fechar os olhos e voltar a viver de novo..Obrigada PJ.




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