É com muito orgulho que vos apresento o Dr. Alberto
Lopes, um homem fantástico de sorriso aberto para a vida e que transporta no olhar
todos os sonhos do universo. Convido-vos a conhecerem o seu excelente trabalho,
assim como a conhecerem melhor a pessoa que está por detrás deste grande
profissional. Aqui fica o link da sua clínica, basta carregarem em cima do nome
e têm acesso a um mundo completamente hipnotizante e com muito por descobrir. Atrevam-se!
Raio X:
Nome: Dr. Alberto Lopes
Profissão: Neuropsicólogo | Hipnoterapeuta
Naturalidade: Guimarães (vivo actualmente no Porto).
Margarida Menezes: Dr. na sua clínica, «Clínica Dr. Alberto
Lopes Psicologia/ Hipnoterapia» que tipo de tratamentos oferece a quem procura tratamento
consigo e com a sua equipa?
Dr.Alberto Lopes: A hipnose é uma técnica de
grande abrangência clínica, é uma abordagem natural e mais humanizada e que traz
algo de novo à arte de curar.
Nas minhas clínicas temos especialistas em
psicologia, psiquiatria e neuropsicologia, mas o nosso target é, sem dúvida, a
hipnose clínica e hipnoanálise. Ou seja, o uso da hipnose clínica coadjuvado
com a técnica de regressão. A hipnoanálise e hipnose clínica são metodologias naturais
que procuram atender as principais necessidades humanas, já que o seu manancial
de técnicas regressivas e de reestruturação cognitiva facilita os processos de
mudança em psicoterapia. Além disso está demonstrado que o transe hipnótico de
regressão facilita a "livre-associação", ajudando enormemente o
trabalho analítico em relação às fantasias inconscientes, sem as anular, julgar
ou coisificar.
As evidências científicas
demonstram que a hipnose clínica pode ser usada com excelentes resultados no
controlo da depressão, ansiedade e gestão do stresse e ajuda a eliminar
rapidamente quase todos os medos e fobias. Os problemas de natureza sexual, por
exemplo, disfunção eréctil, vaginismo e ejaculação precoce são facilmente
ultrapassados com a ajuda da hipnose.
Importa também saber que
a hipnose é uma abordagem a ter em conta no controlo de adições como a
dependência de tabaco, álcool, controlo e redução de peso, perturbações
alimentares. Ajuda na eliminação da dor crónica e a atenuar os efeitos químio e
radioterapêuticos em doentes oncológicos, fibromiálgicos e outros. Além disso
reconhece-se os benefícios no uso da hipnoterapia nas doenças psicossomáticas e
dermatológicas como a psoríase e lúpus, urticária nervosa, etc. Finalmente, o
seu uso recente para combater os sintomas de doenças neurodegenerativas como
esclerose múltipla, fibromialgia, artrite reumatoide e quase todas a doenças
reumáticas.
Margarida Menezes: Existe
um tratamento específico para quem sofre de timidez, frigidez e impotência
sexual? Com a sua experiência de onde vem este «bloqueio» se assim pudemos chamar,
e qual a melhor forma de tratamento?
Dr. Alberto Lopes: Naturalmente que sim! A Hipnose dispõe de um
manancial de técnicas, quer ao nível do diagnóstico, quer no que refere a
prevenção e estratégias terapêuticas de minimização do impacto nos
relacionamentos causado por estas perturbações de natureza sexual. Aliás,
creio que a maioria das perturbações sexuais tem como base a ansiedade e o medo
de falhar, que muitas das vezes resulta de experiências traumáticas e ocorridas
no passado.
Por exemplo, alguém que passou por uma experiência sexual iniciática
menos conseguida na adolescência, pode resultar em stresse e níveis elevados de
ansiedade que boicotam as relações futuras. Mas, muito mais grave que isso, são
as perturbações e bloqueios sexuais que resultam de stresse pós-traumático, de
terem sido vítimas de abusos na infância que causam mais dano aos
relacionamentos futuros. Por exemplo, um
recente estudo sobre o tema concluiu-se que, em Portugal, as taxas de
prevalência de abuso na infância rondam os 14,5%, e este número peca por
defeito já que acresceria se todos os casos estivessem notificados. O abuso
intrafamiliar representa uma percentagem significativa de casos, e a maioria
não são identificados. De facto, isso traduz-se em stresse pós-traumático e
resulta mais tarde em alta prevalência de patologia psiquiátrica (ansiedade e
depressão), bloqueios e parafilias, para além do risco acrescido de suicídio.
Ora, a hipnose é
muito indicada no controlo do stresse e ansiedade, porque um dos aspectos
fundamentais da técnica de hipnose é que ela pode ser treinada em consultório
para que o paciente possa saber como entrar em estados naturais e biológicos de
transe e inocular a ansiedade. Além disso está demonstrado que o transe
hipnótico facilita a "livre-associação", ajudando enormemente o trabalho
analítico em relação aos traumas e fantasias inconscientes, sem as anular,
julgar ou coisificar. Esta concentração focada pode ser direccionada
para um trabalho psicológico de reforço do ego e libertação emocional ou para
aflorar e inocular traumas e memórias esquecidas e muitas vezes vividas no
presente em estado de drama. Sendo a hipnose um estado psicológico de
profundo bem-estar e relaxamento e o seu manancial de técnicas facilita os
processos de mudança em psicoterapia, aumentando a auto-estima e capacitação de
recursos inconscientes.
Margarida Menezes: Os
problemas a nível da sexualidade verificam-se mais em homens ou em mulheres e
porquê?
Dr. Alberto Lopes: Não podemos afirmar de ânimo leve que as
disfunções sexuais são mais prevalecentes num género em detrimento do outro. De
facto, as disfunções sexuais afectam tanto o género feminino como o masculino em
áreas diferentes. Atente-se que é um facto documentado nos homens, que a
disfunção eréctil tem sido uma das mais comuns e aflitivas queixas da
sexualidade masculina, os estudos apontam que afectam cerca de metade dos homens
acima de 50 anos.
No entanto, os mesmos estudos apontam que a manifestação da
resposta sexual inapropriada de origem emocional possa ser mais prevalecente nas
mulheres, sobretudo devido à comorbilidade de outras perturbações de natureza
psicológica. Por exemplo, a depressão é muitas vezes a causa de falta de
apetite sexual nas mulheres e produz dificuldades inerentes de falta de apetite
e sensação de fracasso, naturalmente a depressão afeta tanto aos homens como às mulheres, mas importa perceber que a depressão é cerca de três vezes mais prevalecente na mulher do que no homem. Outro exemplo é a perturbação de
ansiedade generalizada, vulgo síndrome de pensamento acelerado, é muito mais
comum no género feminino o que leva a uma resposta sexual inapropriada deste
género.
Relembro que a ansiedade está intimamente ligada a sentimentos de
angústia e o medo de falhar. Naturalmente, criando condições para o fracasso
devido às sensações de impotência ou frustração pela não realização do ato
sexual satisfatório e isso produz imenso sofrimento.
Margarida Menezes: Dando
o meu exemplo, eu tive a minha primeira vez com 27 anos, posteriormente vivi em
abstinência quatro anos, agora estou novamente em abstinência à dois anos e
meio. O Dr, acha que eu sem saber vivo um qualquer bloqueio, ou trauma de uma
vida passada que não me deixa desenvolver a sexualidade a 100 %?
Dr. Alberto Lopes: Quem
sabe? Existe uma possibilidade muito grande de ter recalcamentos inacabados do
seu passado. Digo muitas vezes que somos no presente o somatório de várias
experiências vividas no passado e essas experiências manifestam-se de forma
benéfica e/ou patológica no presente.
Tenho pacientes que passaram por
experiências de violência sexual em vidas pregressas e no presente
sentem-se bloqueadas para viver o sexo em toda a sua plenitude no presente. E a
melhor técnica hipnose de regressão é o processo mais significativo,
apaixonante e valioso que algum dia pode experimentar.
Temos boas razões para
acreditar que a terapia de regressão possibilita uma grande consciencialização de
situações complexas e padrões repetitivos de sofrimento que se perpetuam
indefinidamente no tempo. A técnica de regressão é tão eficiente porque vai há origem do problema, não fica só pelo sintoma, esteja ela na infância, na vida
intra-uterina, ou em vidas passadas. Na realidade, ao fim de tantos anos de
prática como hipnoterapeuta, ainda me surpreendo com os resultados que
testemunho. E compreendo que alguns terapeutas, psiquiatras e psicanalistas
tenham alguma dificuldade em lidar com o método, aparentemente tão estranho,
mas com capacidades de cura extraordinárias.
Porém, sejamos francos, como negar
a evidência quando se manifesta em centenas de pessoas que encontraram a
resolução dos problemas, seja um bloqueio sexual, emocional ou outro, que os
afligiam há anos e através da hipnose de regressão encontraram respostas às
principais perguntas da vida? Realmente, conheço poucas coisas em medicina com
resultados tão impressionantes como a hipnose de regressão.
Margarida Menezes: Eu
pessoalmente sempre tive um «medo» da primeira vez, e ainda não consigo ver o
sexo como algo natural e normal, mas sim associado a uma relação, sem relação,
sem compromisso não. Tive e tenho alguns ataques de ansiedade, muitas
vezes do «nada». E sei de pessoas que sentem e vivem como eu. Que conselho
poderia dar a mim e às pessoas que vivem assim?
Dr. Alberto Lopes: O medo tem por base a ansiedade que não
deixa de ser um importante mecanismo de defesa. O medo de ser rejeitado, ou
desvalorizado sem saber o que o parceiro irá pensar de mim, alimenta essa
ansiedade, mas que num relacionamento de duas pessoas maduras ultrapassa-se com
mais ou menos dificuldade. Portanto, é normal e compreensível o que a Margarida
na sua primeira relação sentio. Como qualquer outro comportamento, o comportamento
sexual é função conjunta de três áreas de selecção e variação do sujeito: a
biológica, a emocional e a cultural. É realmente importante que as crenças e os
valores culturais atribuídos à relação sexual, seja de modo a reforçar um
relacionamento íntimo saudável e satisfatório. Contudo, nem sempre é assim, por
vezes trazemos crenças e castrações religiosas que comparam a sexualidade a
algo pecaminoso, outras vezes trazemos pensamentos negativos, criados pelos
nossos progenitores e outras figuras de vinculação sobre a sexualidade.
Estas
crenças limitantes acabam por moldar a forma como nos comportamos perante algo
que devia ser natural e realmente satisfatório.
Por isso eu defendo que é realmente
muito importante que se fale sobre as várias formas de sexualidade, sem medos
ou tabus, para que a pessoa obtenha os reforçadores necessários para os padrões
de conduta sexual saudável e para isso importa desenvolver vários tipos de
habilidades sociais, às quais devem adquirir a função de reforço para o
comportamento sexual, tais como seduzir, namorar, acariciar, marcar encontros
íntimos etc.
Infelizmente, vivemos numa sociedade ligada em rede, mas
paradoxalmente estamos cada vez mais desligados.
Os relacionamentos são
efémeros onde tudo tem de ser demasiado rápido. Eu não sou contra o uso das
redes sociais, as novas formas de socializar são fantásticas e possibilita
conhecer pessoas em todos os continentes, o que quero dizer é o uso excessivo
da Internet sem conta peso e medida, a maioria das vezes não permitem conhecer
devidamente o outro e muitas das vezes criam equívocos, impedindo desenvolver
as nossas habilidades sociais, como namorar e seduzir olhos nos olhos. Todos
sabemos que o contacto com as pessoas criam melhores condições para
relacionamentos íntimos mais saudáveis e satisfatórios.
Margarida Menezes: Na sua
opinião onde reside o maior poder do ser humano?
Dr. Alberto Lopes: Pode parecer estranho, mas tenho para mim
que o nosso maior poder está na capacidade de sonhar. “O sonho comanda a vida” alegava António Gedeão, no poema, “A Pedra
Filosofal”.
Na realidade, o sonho tem um papel muito importante na vida de cada
pessoa, quase tão importante como a vida real. É importante que cada um de nós
sonhe com coisas grandes. Se podemos sonhar, sonhe para o seu desenvolvimento e
que esse sonho seja bom para cada um de nós, para a comunidade, para o ambiente
e para a vida.
Pergunto,
onde temos essa capacidade de sonhar? Obviamente, através do nosso cérebro, num
software biológico a que chamamos de “mente” e a hipnose de regressão permite perceber o mecanismo mais complexo do
universo e a natureza dos nossos sonhos.
De facto, a hipnose é realmente uma
técnica extraordinária e com o advento das neurociências passamos a conhecer a
máquina mais extraordinária do universo, o cérebro humano.
Mas infelizmente o
cérebro humano não traz um manual de instruções, digo por brincadeira que a
hipnose é o manual do cérebro que estamos procurando há séculos. Efetivamente,
a hipnose é uma técnica de grande abrangência clínica, uma prática terapêutica
mais humanizada e natural e traz algo de novo à psicoterapia. Contudo, admito
que exista ainda alguns preconceitos sobre a sua prática e sobre alguns
fenómenos presentes num setting hipnótico.
De facto, as pessoas de dentro e fora da profissão da psicologia e sobretudo na
área da hipnoterapia ainda debatem calorosamente as suas vantagens e o fenómeno
da regressão, nomeadamente, das pseudo-regressões a vidas passadas. No entanto,
independentemente de seus próprios pontos de vista, podemos interpretar este
fenómeno da mente como uma metáfora para ressignificar dramas e recalcamentos
vividos no nosso passado.
Em terapia de regressão clínica o nosso objectivo não
é provar nada. Nem se, de facto, os relatos são memórias reais ou fabulados.
Nós lidamos com percepções e não memórias reais, por outras palavras procuramos
a verdade emocional e não a memória real e não é o nosso objectivo provar se as percepções do cliente são memórias válidas ou fantasias, porque todos nós
normalmente respondemos a percepções subconscientes como se eles fossem reais.
Por exemplo, uma pessoa com medo de elevadores, porque ficou fechado num armário
quando criança, responde ao perigo percebido mesmo se a mente lógica souber que
está agora num quarto ou está num elevador que pela lógica é seguro e que não
está no armário.
Por isso a sensação de taquicardia, medo e pânico não está no
domínio da lógica, mas das experiências e emoções que trazemos do passado. E
é importante ressaltar que este rico método terapêutico, que é a hipnoterapia,
possui técnicas aplicáveis em todas as áreas da saúde física,
mental/intelectual, psíquica, emocional e transpessoal. Se é para sonhar vale a pena fazê-lo em grande. Por isso, e como refere
Pessoa "Tenho em mim todos os sonhos
do mundo."
Margarida Menezes: As
pessoas na maior parte das vezes são cépticas perante a «verdade». Porque acha
que isto acontece? Preferem, viver uma vida de mentira a um momento de
verdade? Preferem seguir a multidão do que terem a luz na sua vida?
Dr. Alberto Lopes: A escritora
brasileira, Luísa Merinzeck, referiu um dia: “Somos livres de tudo o que
sabemos e escravos do que desconhecemos.” De facto, a “normopatia” é uma forma
de castração humana. Mas também não existe uma só verdade,
mas várias nuances da verdade. Nietzsche, pai do perspectivismo, sempre se opôs
a uma verdade única e imutável, conceitos que para ele só atrapalhavam o
conhecimento.
Com a sua teoria relativista e utilitarista da verdade ele referiu
o seguinte: “Não há uma só verdade mas várias, a minha a tua e a verdadeira…”.
Compreendo que quem é diferente, por vezes, incomoda a quem é igual. Mas como
tudo na vida, há acontecimentos na nossa vida que não são justos. Por isso
considero-me um sonhador, gosto de pensar contra a corrente instituída.
Uma das
coisas que este caminho, fora da corrente instituída, me ensinou é que não há
verdades absolutas e que atraímos para nós aquilo que logramos ignorar no
passado. Algures no passado longínquo, as nossas decisões tiveram consequências
para nós ou para alguém. Alguma lição não foi devidamente aprendida e cada
acontecimento contém uma mensagem e uma lição para aprender.
Quando formos
capazes de extrair uma lição em cada dificuldade na vida, concluiremos, para
nossa agradável surpresa, que a nossa vida é o instrumento com o qual
experimentamos a verdade. Sabemos que a vida não é um fim em si, mas um veículo
que nos ajuda a experienciar os valores e os objectivos de cada Alma, os quais
estão para além da razão. Como diria o filósofo grego Séneca: «Enquanto
viveres, aprende a viver e a lidar com a tua verdade.»
Margarida Menezes: O
«Sono da Verdade» foi um programa de televisão que mudou a vida a muita gente.
Muitos bloqueios e traumas ficaram para trás. Tem vontade de voltar a fazer
televisão?
Dr. Alberto Lopes: O Sono da verdade marcou uma época e tenho orgulho de ter sido
um dos pioneiros na defesa da hipnose com fins terapêuticos. Há mais de 25 anos
que ousei falar na televisão das vantagens psicoterapêuticas no uso da hipnose,
quando ela ainda era apresentada como espectáculo circense e em shows de
ilusionismo.
Aliás, assumo que eu próprio descobri a hipnose numa demonstração
pública do fenómeno, mas desde cedo antevi o seu potencial psicoterapêutico e
naquela altura poucos podiam imaginar o protagonismo que a hipnose clínica iria
granjear no futuro.
Mas a necessidade de aprender mais sobre a hipnoterapia,
levou-me numa busca por conhecimento e fui ao estrangeiro em busca de técnicas
clínicas para o uso da hipnose.
Primeiro fui aprender para Espanha, Holanda e
depois Brasil e Estados Unidos, o meu objectivo seria o de buscar conhecimento
para usar esta técnica milenar para uma cura sem fármacos.
Comecei a fazer
hipnoterapia em Portugal, em 1995, e o reconhecimento do meu esforço valeu-me
um convite para ser o responsável do programa “O Sono da Verdade”. Este
programa semanal sobre a hipnose de regressão que passou na SIC marcou uma
época e despertou os portugueses para as maravilhas da hipnose de regressão.
Finalmente os portugueses despertaram para os fantásticos efeitos terapêuticos
da técnica de hipnose de regressão. Actualmente, tenho uma rubrica de hipnose de
regressão, e trabalho com o João Baião no programa Juntos à Tarde, que passa na
SIC, com o nome: O Poder da Mente.
De facto, quem assiste quinzenalmente ao
programa reconhece o incrível sucesso do nosso método hipnoterapêutico
registado de Hipnose Clínica Integrativa. As pessoas presentes no programa são voluntárias e buscam
respostas aos seus problemas nomeadamente de natureza psicológica, e que não
encontraram solução noutras abordagens mais clássicas e deparam-se com
melhorias notáveis em todos os sentidos.
O que vemos na televisão são casos e
testemunhos reais que realmente provam o sucesso da terapêutica da hipnose
clínica de regressão aplicada por mim e pelos profissionais da minha equipa.
Margarida Menezes: Nas
suas palestras, conferências, nos seus livros, e em tudo aquilo que o Dr. faz, o que é que mais lhe
dá satisfação?
Dr. Alberto Lopes: Diz a máxima da
sabedoria oriental: “Faça aquilo que
gosta e não terá que trabalhar.” Eu digo muitas vezes, que não trabalho,
faço aquilo que gosto e isso é realmente um privilégio de que me considero
abençoado.
Quem me conhece
sabe muito bem a paixão que nutro pela hipnose clínica e de regressão. Sou
presidente e responsável pela principal associação do sector a Associação Portuguesa de Hipnose Clínica e Hipnoanálise (APHCH)
e fui um dos pioneiros no ensino e uso da mesma com fins terapêuticos.
Nas
minhas palestras e nos meus escritos relembro o público que a hipnose clínica é
uma prática terapêutica muito antiga, tão antiga como a própria humanidade, e
que traz algo de novo à arte de curar. Pois importa que o público saiba que a
hipnose é um método seguro e que podem usufruir dos seus poderosos efeitos se
recorrerem a profissionais competentes e reconhecidos por associações
reconhecidas no sector.
Cada vez mais a sua prática clínica e hospitalar é
reconhecida e recomendada a todos os profissionais de saúde, e há já largos
anos vem sendo aplicada em grande parte da Europa e nos Estados Unidos nas mais
variadas situações de natureza clínica.
Qualquer profissional formado nas áreas
da saúde pode aprender a aplicar as técnicas hipnóticas no seu contexto de
trabalho com óptimos resultados. Temos clínicas em Lisboa, Porto e Aveiro onde
atendemos o público em geral e também damos formação para profissionais da área
da saúde. Trabalho em colaboração estrita com a APHCH, seguindo um código de
ética e na elaboração dos conteúdos programáticos das formações, visando
cumprir os requisitos técnicos e deontológicos que o seu Conselho Científico
recomenda a todos os profissionais de hipnose.
Contudo, faço um alerta, a
hipnose de regressão pode e deve estar disponível para mais pessoas que a ela
queiram recorrer, mas importa muito passar uma imagem profissionalizante dos
hipnoterapeutas e para isso existem as associações com os seus códigos de ética
e responsabilização do uso clínico da mesma.
Sou formador de hipnose clínica em Portugal e no Brasil, mas procuro sempre ensinar dentro de um marco teórico psicológico sólido e tendo incluso estágios clínicos integrados nas minhas formações. Devemos ser responsáveis, estamos a lidar com a mente humana, a hipnose não é brincadeira de crianças. A APHCH a que presido preocupa-se em formar hipnoterapeutas competentes, idóneos e responsáveis, na sua área de intervenção. E, sobretudo, que reúnam um conjunto de competências na área da saúde mental, hipnoterapêutica, filosóficas e até espiritual. A hipnose não é uma panacéia que tudo cura, como todas as técnicas de saúde tem as suas limitações, e mal conduzida pode provocar mazelas psicológicas muito difíceis de erradicar, por isso não devia ser feito por qualquer pessoa que não domine apropriadamente as técnicas hipnoanalíticas e hipnocomportamentais de reestruturação cognitiva.
Sou formador de hipnose clínica em Portugal e no Brasil, mas procuro sempre ensinar dentro de um marco teórico psicológico sólido e tendo incluso estágios clínicos integrados nas minhas formações. Devemos ser responsáveis, estamos a lidar com a mente humana, a hipnose não é brincadeira de crianças. A APHCH a que presido preocupa-se em formar hipnoterapeutas competentes, idóneos e responsáveis, na sua área de intervenção. E, sobretudo, que reúnam um conjunto de competências na área da saúde mental, hipnoterapêutica, filosóficas e até espiritual. A hipnose não é uma panacéia que tudo cura, como todas as técnicas de saúde tem as suas limitações, e mal conduzida pode provocar mazelas psicológicas muito difíceis de erradicar, por isso não devia ser feito por qualquer pessoa que não domine apropriadamente as técnicas hipnoanalíticas e hipnocomportamentais de reestruturação cognitiva.
Margarida Menezes: Para
terminar, uma mensagem ao ser humano...
Dr. Alberto Lopes: Eu acredito que todos
temos uma importante missão: tornar o mundo de novo num lugar maravilhoso.
Um
lugar no qual seja fácil e saudável viver. Para podermos realizar plenamente
esta missão, primeiro temos que nos assegurar de que os nossos corações estão
limpos e não poluídos pelas crenças até então apreendidas. Não que estas sejam
más, de modo algum. Mas a necessidade de evolução incita a procurar novas
respostas para as dúvidas mais profundas, que transportamos desde o
renascimento nesta existência.
Sabemos, por experiência própria, que a melhor
forma de o fazer é ir à origem das nossas crenças, dos nossos problemas mais
profundos. O facto de ignorar algo perturbador do passado não apaga as marcas
dolorosas que esses sentimentos mal resolvidos de ontem provocam. Não é
possível fugir de nós mesmos, nem dos nossos pensamentos. Todas as nossas
experiências passadas têm de ser compreendidas. Ou seja, não devemos continuar
a rememorar o sucedido, mas sim a potencializar o que foi adquirido. Por isso, vale a pena conhecer e
desfrutar dos poderosos efeitos da hipnose clínica e regressão.
Acredito
que a hipnose de regressão pressupõe uma viagem interior, um mergulho introspectivo nos nossos potenciais adormecidos, em busca da essência do Ser, onde seguramente encontrará respostas às principais perguntas da vida.
Tenho
para mim que uma compreensão maior da nossa existência está na compreensão das
tarefas inacabadas que trazemos do nosso passado longínquo, e que muitas vezes
são a resposta essencial para resolver os dramas vividos no presente. Mark
Twaim referiu: “ Os dois dias mais
importantes na vida de uma pessoa são o dia em que nasceu e o dia em que
descobre para quê.”
Saber de onde vim e para onde vou são fundamentais para
a saúde psíquica, para a harmonia, o prazer e a realização pessoal numa
existência encantada. Se a vida é uma viagem e não um destino, estou em crer
que essa viagem o desafio é cuidar mais do Ser em detrimento do Ter.
Abraço de luz,
Alberto Lopes
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