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«A minha mãe morreu quando tinha 1 ano e o meu pai abandonou-me aos 2. Por Telmo Matias



Telmo Matias, escreveu-me para margaridaprimeiravez@gmail.com e partilhou comigo e com este meu blogue que é uma janela aberta para o mundo a sua historia de vida, a sua historia de superação! A vida não foi fácil para ele como vão puder ler em baixo, mas a luz interior que ele tem, e a confiança na vida são de um exemplo brilhante para todos.


«Ola, sou o Telmo Matias, não calhamos no mesmo dia de gravações do «First Dates», mas acompanhei o teu episódio. 

Foi dada a oportunidade e eu sinto que o devo fazer, partilhar a minha história, sinto que este é o momento, que este é o meu ano, o ano da mudança.

Para quem me conhece sabe que  eu mostro sempre ser um rapaz alegre, cheio de energia e garra na vida,embora  ela nem sempre tenha sido assim, mas temos de saber dar a volta a todas as fases das nossas vidas, a minha vida foi sempre marcada por pedras no caminho que sempre me deitaram abaixo, mas apesar disso tornaram-me numa pessoa melhor, marcaram o meu crescimento interior e tornaram-me numa pessoa com outra maneira de ver o mundo. 

Se há coisa em que acredito é no destino e a vida mostra-me que isso é cada vez mais verídico. A minha mãe sempre sofreu de problemas respiratórios, sempre passou a vida em hospitais, nunca pôde ter uma vida “normal”, ao qual um dia após eu ter feito um ano de idade, atormentou a vida dela e faleceu, o sonho de qualquer mãe é estar e ver o primeiro aniversário do seu filho e isso aconteceu, e é algo que mexe tanto comigo, ninguém  tem noção, muitos não ligam, mas todos estes pormenores têm impacto em mim, não sei se por ser uma pessoa sensível, se por acreditar tanto no destino.

Aos dois anos de idade, o meu pai, sai de casa, deixa-me com os meus avós maternos, os quais sempre vivi, e vivo até aos dias de hoje. Sai e nunca mais volta, teoricamente abandona-me. Nunca existiu aquela relação de pai e filho, nunca tive aqueles momentos que toda a criança sonha ter, aquelas memórias que um dia quer relembrar e contar. Apesar disso, sempre tive os meus avós, que lutaram por mim sempre, que sempre me ajudaram em tudo, que sempre fizeram os papéis de pais, a quem eu devo tudo e mais alguma coisa, por vezes existem guerras, mas isso é normal em família, mas isso  me magoa por dentro, sendo eles os meus heróis, não faz sentido magoar os grandes amores da minha vida, mas todos sabemos que por vezes é inevitável...


Ao longo da vida sempre fiz perguntas, sempre fui descobrindo quem era e como eram os meus pais. Aos 12 anos ele aparece na minha vida, do nada, sem explicação, como se não tivesse feito nada, com mil e uma promessas, as quais, não cumpriu nenhuma, passado um tempo, recebo uma visita dos meus irmãos de um casamento antigo do meu pai, com a mensagem que ele falecera devido a problemas de álcool, a notícia não teve impacto nenhum em mim, era como se fosse um desconhecido, mas fiz a minha parte, pai é pai, apesar de tudo era meu pai, fui ao seu funeral, custou, correu aquela lágrima pelo rosto, findava uma etapa da minha vida ali.


A pessoa que sou hoje devesse a todos os acontecimentos que aconteceram ao longo da minha, mas sem duvidas devido aos meus avós maternos que sempre me ensinaram o que era a vida, a dar valor às pequenas coisas, mostrando como o mundo podia ser aproveitado de outra forma, e esse é o meu objetivo com esta mensagem.


Em 2017 apanhei vários sustos, como uma queda da minha avó, mas em principal o avc que o meu avô teve, ficando acamado, e de cadeiras rodas, vi naquele momento a minha vida andar para trás, a perder um ponto o meu porto seguro, mas a vida é assim, prega-nos partidos. Em 2019, passado dois anos, continuo com eles. Eu e a minha avó fazemos de tudo pelo meu avô, tornou-se de novo um bebé, fazemos tudo, deitar, levantar, dar de comer, vestir, tudo e mais alguma coisa. Mas não me importo na dor que isto me dá, estou a retribuir aquilo que ele fez por mim, como ao ajudar a minha avó, o que ela fez por mim, prefiro todos este sofrimento, do que vê-lo partir.


Muitos devem pensar, qual o objetivo deste rapaz de 20 anos ao partilhar a sua vida? Papel de coitado? Não, de todo, quero mostrar que apesar de ser jovem, já passei por muito, e não foi qualquer daqueles acontecimentos me tirou a esperança de que melhores dias virão, temos de manter sempre a cabeça erguida e retirar sempre aprendizagens e agradecer todos os dias a vida que temos, apesar de parecer a pior coisa do mundo. Agarrem com força todos os momentos e sejam felizes ao máximo, pois amanhã tudo pode mudar.»


Beijos e abraços, Telmo Matias

Margarida:

Bem Telmo! Que te posso dizer eu? Que és um ser humano «gigante» e com uma capacidade de analise ímpar! Tens uma humildade e uma forma de ver a vida pelo lado da luz, apesar dela já te ter dado muita escuridão... Perder a mãe com 1 ano de idade não é justo, mas a vida realmente por vezes também não o é, mas acredita que do céu ela festejou contigo esse teu primeiro aniversario... 

Um pai que sai de casa quando tinhas dois anos, também não é das melhores sensações do mundo quando a pessoa cresce e tem noção, mas tu és um vencedor! Deste a volta a todas essas condições, tens uns avós espetaculares, que te transmitiram valores e acredito que tenhas vivido com muito amor da parte deles.

Pareces-me ser uma pessoa bem formada e com esperança e fé na vida, apesar das curvas que tiveste de passar para chegar  um porto seguro.
Telmo és um exemplo sim! Exemplo para ti, para mim, para o mundo, porque da adversidade ficas-te mais forte muito mais forte! Para aquelas pessoas que desistiram da vida simplesmente porque têm um amor não correspondido ponham os olhos nesta historia de vida!!!

Telmo mais uma vez muito obrigada por esta partilha e muita luz para ti e para os teus avós, um beijo no teu coração...

Margarida

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