Aqui está um caso real de Bullying para com uma criança igual a todas as outras, mas que apenas é mais especial em alguns detalhes. E pelo relato que recebi e que aqui partilho com vocês este menino apesar de tudo continua a ter a inocência no coração e o brilho tão característico de um olhar de criança...
Os meus parabéns à mãe guerreira que tudo faz para defender o seu pequeno grande herói e por mais lutas que possa ter, por mais marés que possa remar o seu porto seguro sempre será o seu amor do coração o seu filho André. E ela vai sempre o defender de tudo e de todos e tenho certeza que o Bullying não os vai vencer...
«Olá linda tal como te disse por mensagem vou-te contar
a história do meu filho que hoje tem 11 anos, tem síndrome de Asperger (espectro
de autismo) e é vitima de Bullying.»
«O André desde pequenino que eu notava que ele era diferente dos outros
meninos, não gostava de pintar, de brincar, preferia andar de volta dos livros.
Aos 4 anos aprendeu a ler. Depois de eu muito batalhar com os médicos de me
acusarem de ser uma mãe tolinha deram-me razão. O André tinha Asperger.
Ao sair do infantário sabia que a entrada na escola primária ia ser uma
aventura nunca eu pensei que fosse uma aventura tão dolorosa.
Apesar da sua limitação ele é um menino doce, bem-educado (ate demais)...
Nunca teve amigos e ainda hoje não tem pois os miúdos gozam com ele e com as
suas diferenças.
Na primária começou por ser chamado de gay. Havia meninos que cada vez que
ele entrava lhe chamavam paneleiro, um dia o meu filho na sua inocência
respondeu que não fazia panelas para ser paneleiro, sim porque na sua cabeça
inocente paneleiro é quem faz panelas, resultado deram-lhe um pontapé na cara
ficando com uma nódoa negra. Fui há escola falar e a resposta que me foi dada
foi que o André nunca devia ter respondido pois soou como provocação aos
outros. Engraçado não é? O meu filho ainda era o culpado por ser agredido.
Semana após semana os casos iam se multiplicando, um dia fui busca-lo e ele
queixou-se da barriga que tinha caído e um menino lhe deu um pontapé na barriga.
Fui ao hospital com ele pois ele nunca se queixa de doer nada, é um miúdo rijo,
diagnostico: hematoma no estômago tal foi a violência do pontapé que ninguém
viu e se viram fizeram de conta que não.
Mais uma reunião na escola e nada foi feito porque agora usa-se muito a
teoria: oh são miúdos.
Educo o meu filho o melhor que posso e sei. Sempre o ensinei que não se bate
a ninguém e que violência gera violência. Nunca chumbou um ano.
Entrada para o 5º ano nova mudança mas a saga continua...
Um miúdo que está sempre a ameaçar, a agredir, a insultar...
Foi ameaçado no refeitório com uma faca mas foi a brincar segundo a
funcionária do refeitório, nunca mais almoçou na escola.
Continua a ser chamado de gay, de gordo, que cheira mal, que é deficiente
mas nada é feito na escola.
Já fui à polícia, à escola segura, ele é acompanhado por uma psicóloga mas
sabes o que é mais bonito? O meu filho estranho, deficiente, é um exemplo para
os miúdos ditos normais. É amigo de toda a gente, ajuda qualquer um até mesmo
quem lhe faz mal, é capaz de defender quem esteja em aperto.
Um dia o Bullying vai acabar e o meu filho vai poder sossegar e quem sabe
ter um amigo.»
Obrigada pelo teu testemunho amiga...Espero que um dia tudo se resolva pelo melhor, pelo André por ti e por todos nós...Viva a liberdade de ser igual na diferença...
margaridaprimeiravez@gmail.com
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